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Aumento da produção de pós-larvas em Balbina impulsiona piscicultura em 40 municípios do Amazonas



O Governo do Amazonas vai ampliar, neste ano, a produção de alevinos das espécies de peixe Tambaqui, Matrinxã e Pirapitinga nas unidades de produção localizadas em 40 municípios do Estado. A ampliação será resultado da produção estimada em 22 milhões de pós-larvas, que devem resultar em 12 milhões de alevinos das espécies, a partir das técnicas de reprodução desenvolvidas no Centro de Tecnologia, Treinamento e Produção de Balbina (CTTPA), localizado em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus).
Mais de três mil famílias que vivem da piscicultura deverão ser beneficiadas no Estado. Com uma área de 6,7 hectares, o CTTPA fica nas instalações da Eletrobras Amazonas Energia e funciona como suporte técnico-científico para o desenvolvimento da piscicultura no Amazonas. Ele emprega processos eficazes na transformação de pós-larvas em alevinos, no manejo nutricional e melhoramento genético dos peixes, estocagem, alimentação e acompanhamento do ciclo de vida das espécies. 
O CTTPA distribui pós-larvas para 14 Unidades de Produção de Alevinos (UPAS) no interior do Estado e em mais 26 unidades de produção de alevinos em organizações de produtores. No ano passado, a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) registrou no CTTPA a produção de 18 milhões de pós-larvas, equivalente a 11 milhões de alevinos nas 14 UPAS no interior do Estado. As UPAS são coordenadas pela Sepror e contam com a participação de técnicos e produtores qualificados para transformação da pós-larvas em alevinos. Até o ano passado, 35 municípios eram atendidos com o pós-larva do CTTPA. Neste ano serão 40 municípios.

No Centro em Balbina, a produção de pós-larva conta com um aparato de equipamentos e especialistas na área. A técnica de reprodução se dá por meio da extrusão, que consiste na coleta individual de sêmen de peixes machos e ovos de peixes fêmeas. Em seguida é feita a mistura do sêmen do macho com os ovos do peixe fêmea para a fecundação/produção de ovos e pós-larvas. 
No local, há 34 incubadoras de até 200 litros para armazenar as larvas e pós-larvas produzidas, bem como 34 viveiros apropriados para os peixes nas diferentes fases de vida, desde a pós-larvas a reprodutores.

Expansão - Os trabalhos no CTTPA têm garantido o crescimento da piscicultura em comunidades onde havia pouca expansão da atividade. Esse é o caso da comunidade da Morena, localizada na zona rural da Vila de Balbina. “A comunidade da Morena antes tinha poucos produtores e, hoje, tem mais de cem produtores trabalhando em diferentes sistemas de produção, como viveiros, tanque redes e barragens com existência de associações e cooperativa”, comentou o diretor do Centro, José Mário Baracho.
O produtor rural, André Noronha, 33, trabalha com a produção de tambaqui em uma cooperativa na comunidade da Morena e afirma que tem conseguido manter a produção com o apoio que recebe no CTTPA. “Minha família comercializa há muito tempo o tambaqui que é de onde tiramos nosso sustento com a venda. E no centro recebemos um bom apoio para fazermos o bom manejo e como manter e dar o tipo de ração”, conta. 
Com esse crescimento, o secretário da Sepror, Valdenor Cardoso, destaca a importância do CTTPA para a piscicultura no Amazonas. “O Centro se transformou num local de tecnologia e pesquisa para garantir a distribuição de pós-larvas e alevinos para fortalecer a rede de alevinagem e dar a garantia de ter esse insumo importante para a produção da piscicultura em qualidade e sem sazonalidade”.  
Qualificação - O Centro de Tecnologia, Treinamento e Produção de Balbina é também um local de formação e treinamento profissional para o setor de Aquicultura no Estado. O Centro possui parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com as Universidades Federal do Amazonas (Ufam) e do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Nilton Lins, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). Esse apoio ajuda a promover estudos e pesquisas na área da piscicultura e cursos de boas práticas de manejo.
A Sepror e a UEA trabalham para formalizar um termo de cooperação técnica para potencializar tanto a pesquisa como o ensino na área de Aquicultura Tropical. O objetivo é capacitar e especializar técnicos nesse setor para transformar a piscicultura como ponto estratégico para desenvolvimento  do Estado.
“Recebemos, anualmente, uma média de 400 pessoas no Centro, entre técnicos, alunos e pesquisadores para receber treinamentos. A nossa proposta é transformar Balbina num centro de capacitação de pequenos, médios e grandes produtores da região, especializando também os técnicos da assistência técnica e iniciativa privada”, explicou o secretário executivo de Pesca da Sepror, Geraldo Bernardino. 
Projeção – Com o objetivo de transformar o Estado do Amazonas em um dos maiores produtores de pescado de água doce do Brasil, o Governo do Amazonas tem feito importantes investimentos para consolidar esse projeto de longo prazo. Segundo o secretário Geraldo Bernardino, as medidas vão desde melhoramentos nos trabalhos dos produtores à adaptação das tecnologias em favor do trabalho do piscicultor. 
“Estamos fazendo a organização dos produtores de base de comercialização e produção, o ordenamento ambiental e fundiário que vem sendo feito em parceria com o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam), além de investimentos em pesquisas e treinamentos para que o produtor possa ter uma tecnologia atualizada e ele seja capaz de apropriá-la para seu trabalho diário de criação e comercialização dos peixes”, afirmou.  



Fotos: Roberto Carlos/Agecom
Fonte: Agência de Comunicação do Amazonas

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