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Artistas de Parintins vão brilhar nas escolas de samba de São Paulo


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Foto: Divulgação/Internet
A criatividade do artista parintinense vai ajudar as escolas de samba paulistas
Conhecidos pela criatividade e beleza das alegorias do Festival de Parintins, na festa onde os bois Caprichoso e Garantindo reinam absolutos, agora os artistas parintinenses estão brilhando no Sudeste do país e vão e emprestar o seu talento as escolas de samba que vão desfilar no Carnaval de São Paulo. Muitos já estão trabalhando nos barracões paulistas e dando um “ar” bem nortista ao ambiente enquanto criam as alegorias.


Por isso, quem entra no barracão da X-9 Paulistana e escuta música brega tocando, estilo tradicional no Norte do país, pode pensar que é por causa do enredo de 2016, que fala sobre o açaí e a cidade de Belém. Mas na verdade a música típica é uma forma dos amazonenses de Parintins matarem um pouco a saudade da região natal.

Todo ano, artistas do boi-bumbá vêm para os barracões paulistas para trabalhar na construção do carnaval. Alguns como Janderson Figueira, 26 anos, que sonha em conhecer o zoológico de São Paulo já está na cidade desde outubro.

Quando era criança, Janderson gostava tanto do festival folclórico que ele e outros amigos criaram o “boi-bumbá miniatura”. “Como a gente não podia entrar no bumbódromo, na arena, aí a gente resolveu fazer a nossa festa mesmo. E hoje levaram mais a sério, conseguiram desenvolver. Brincadeira de criança virou de adulto”, conta.

  
Janderson já havia trabalhado em outros lugares fora de Parintins, como no carnaval de Manaus ou na ciranda de Manacapuru, mas em São Paulo é a primeira vez. “Vim pelo lado financeiro. A melhor coisa é chegar em casa e encontrar os filhos e ver o brilho nos olhos dos teus filhos recebendo um presente que você nunca teve condições de dar”, enfatizou.

Além da falta da família, Janderson sente falta da farinha e de “peixe fresquinho”. Ele ainda não conhece nada de São Paulo, mas assim que tiver tempo quer ir conhecer o zoológico. “Aqui tem bicho diferente, leão, essas coisas”.

Já Clédson Pereira da Silva, 20, trabalha no barracão da X-9 Paulistana. É a primeira vez que passou o Natal longe da família. Mas, apesar da distância, a esposa apoiou a empreitada. “Ela chorou, mas chorou de felicidade. Porque eu ia trabalhar na cidade grande”, disse entusiasmado.

Eles ficam cerca de 5 meses em São Paulo, de outubro a fevereiro, e não conseguem ir para Parintins nas festas de final de ano. A maioria mora em alojamentos dentro dos próprios barracões. Quando puder, Clédson quer conhecer a Vila Belmiro, estádio do Santos, no litoral de São Paulo. “Sou vascaíno, mas adoro o Santos”.

O carnavalesco da X-9 Paulistana, André Machado, disse que o diferencial dos profissionais de Parintins é a qualidade técnica. “Eles têm o domínio da serralheria, principalmente pra fazer o movimento das esculturas, toda feita mecanicamente”, elogiou Machado. “Cada ano eles vêm surpreendendo com técnicas novas e isso é bacana e tem engrandecido muito o carnaval”, completa o carnavalesco.

Pela segunda vez em São Paulo, Leomax Castro, de 21 anos, também trabalha na produção dos carros alegóricos, mas a paixão mesmo é pelos figurinos. Assim como Janderson, ele também faz o boi em miniatura em Parintins. Sua função e desenhar e confeccionar as fantasias.

Em São Paulo, o talento com as miniaturas está dando retorno. “Já estou recebendo encomendas também. Vão ter trabalhos em miniatura, tenho mestre-sala, porta bandeira e baianas para fazer”.

Fotos: Reprodução

Leomax irá voltar para Parintins para fazer a festa do boi-bumbá, que acontece na última semana de junho, e o festival de miniatura, realizado após o evento oficial. No próximo ano, sua vontade é voltar para São Paulo para ficar. “Meu sonho é fazer faculdade aqui e um dia ser carnavalesco”, destacou o sonhador amazonense.

O sonho de Leomax foi conquistado por um amazonense já conhecido do carnaval paulistano. Zilkson Reis, de 36 anos, é carnavalesco de grandes escolas de São Paulo desde 2005 e há alguns anos é o responsável por criar o desfile da Gaviões da Fiel.

Como outros profissionais de Parintins, Zilkson cresceu envolvido com a arte. “Fui abençoado em nascer numa família de artistas plásticos”. Aos 14 anos ele começou a trabalhar no Caprichoso em um atêlie de fantasias.

Ainda em Parintins, foi do atêlie para os barracões, onde trabalhou em todas as fases de construção dos desfiles. Em 1999 Zilkson veio para São Paulo, e, em 2004, a Mocidade Alegre foi campeã, escola onde trabalhava. Como ele foi importante na construção do carnaval daquele ano, em 2005 foi lançado como carnavalesco.

O carnavalesco não perdeu o amor pelo festival de Parintins. Depois do carnaval daqui, ele volta para o Amazonas para trabalhar no boi-bumbá. “As coisas são gigantes, é impressionante. É arrepiante porque você vê coisas tão ousadas, de dimensão, que ganham vida”, destacou o carnavalesco.

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