Missa homenageia e lembra jovens mortas na BR-174 há 1 ano, no AM
Cerimônia reuniu amigos e familiares de Brenda Braga e Raysa Brito.
Carro capotou e caiu em barranco; família critica demora da Justiça.
Um ano após o acidente que vitimou as universitárias Brenda Braga e Raysa Brito, ambas de 21 anos, na BR-174, familiares e amigos lembraram as vítimas em uma missa realizada nesta segunda-feira (4). Em meio à saudade e à emoção, os pais das jovens criticaram a demora da Justiça do Amazonas em punir o condutor do veículo, que estaria a quase 140km/h no momento do acidente. "Ele matou não só minha filha, mas nossa família inteira", disse uma das mães.
"Nós procuramos o Ministério Público, tudo e todos que você pode imaginar. Parece que a Justiça não funciona, que está tudo parado. Você vai lá, e [o processo] vai para ali, volta para não sei onde e fica do mesmo jeito. Parece que tem alguma 'força estranha' que não deixa o processo seguir", disse.A demora para concluir o laudo - que foi apresentado três meses depois - e a morosidade do julgamento são algumas das angústias que o pai de Brenda, Francisco Batista, relatou ao G1.
Segundo Batista, não há dúvidas de que o motorista seja o culpado pela morte da filha. "As provas são muito robustas. Sei de tudo o que aconteceu através dos sobreviventes. O motorista discutiu com a namorada, vieram brigando e, para querer aparecer, dizer que era 'o cara', ele começou a acelerar, o que resultou na morte delas", contou ele emocionado.
O condutor do veículo foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O laudo técnico afirmou que o excesso de velocidade "foi determinante" para causar o acidente. À época, o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) informou que a carteira de habilitação do motorista estava suspensa por diversas infrações, dentre elas excesso de velocidade e direção perigosa.
Ainda abalada pela morte da filha Raysa, Rossineide Gomes Brito pediu por justiça. "Se eu assumo a responsabilidade de pegar o volante tendo ingerindo bebida alcoólica, então eu tenho que assumir as consequências do meu ato. Não é uma coisa banal. 'Eu bebi, dirigi, matei e acabou'. É um vazio enorme para nós", contou.
Após um ano da perda, ambos pais relataram momentos difíceis após a morte das jovens. "A bisavó da Raysa morreu de depressão, dois meses depois do acidente. O motorista que bebe e dirige não mata só a pessoa, mata a família inteira e todo mundo foi junto com a Raysa", disse Rossineide. "O coração bate a mil, a emoção da perda, a dor, é incurável isso. A gente fica em casa pedindo a Deus para ele dar força e luz, porque não é fácil segurar", completou Batista.
De acordo com as famílias, o julgamento do motorista está previsto para ocorrer dia 25 de abril.
Entenda o caso
Na tarde do dia 3 de janeiro de 2015 um veículo modelo Pajero Dakar capotou na BR-174 que liga Manaus a Boa Vista (RR). Sete pessoas voltaram de Presidente Figueiredo e duas jovens, Brenda Braga Batista de Souza e Raysa Rossi Brito Claudino, ambas de 21 anos, morreram no local.
Na tarde do dia 3 de janeiro de 2015 um veículo modelo Pajero Dakar capotou na BR-174 que liga Manaus a Boa Vista (RR). Sete pessoas voltaram de Presidente Figueiredo e duas jovens, Brenda Braga Batista de Souza e Raysa Rossi Brito Claudino, ambas de 21 anos, morreram no local.
O carro em que os jovens estavam capotou e caiu em um barranco. Na ocasião, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou ter encontrado diversas bebidas alcoólicas no veículo. Após o acidente, o condutor se negou a fazer o teste do bafômetro.
Missa homenageia e lembra jovens mortas na BR-174 há 1 ano, no AM
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